sábado, 2 de março de 2013

O conceito de inferno no imaginário cristão





Série reflexões


No meu entendimento, pouca coisa se aproveita da escatologia tradicional. Sobretudo se relegarmos o Apocalipse de João e o considerarmos como sendo um acréscimo tardio em relação aos demais livros.

Em relação ao inferno, continuo achando intrincado o fato dessa questão só ter começado a ser articulada no final do primeiro século. E ainda tendo em Jesus seu principal articulador? Note que os defensores da perdição eterna, entusiasmados com essa ideia, dizem em altas vozes: "Jesus falou mais sobre o inferno do que do céu" Mas será?...

Creio que a maneira de como o conceito de inferno começou a ganhar força no imaginário judaico e cristão posteriormente, requer uma investigação bem séria e competente. 

O que se sabe com certeza é que não havia nem vestígio dessa doutrina pelo menos não antes do terceiro século antes de Cristo.

Estudiosos atribuem aos persas essa invenção. Outros a colocam como sendo uma contaminação da concepção grega do Hades. Mas seja por qualquer que seja a via, se de fato Jesus fez uso dele em seus discursos não o fez no sentido no qual é compreendido atualmente. 

Seria interessante também analisar alguns paralelos mitológicos que envolvem a questão da perdição e salvação eterna no além mundo. Neste caso já incluiria o real significado de alguns termos que geralmente são empregados nas versões em português como "inferno". Mas sobre isso, desenvolverei em outra oportunidade.

Outra consideração importante que devemos fazer, é até que ponto a "Divina comédia" de Dante Alighieri influenciou a compreensão cristã moderna em torno dessa questão? 

Uma coisa se sabe; Jonathan Edwards soube explorar muito bem o conceito em seu sermão “pecadores nas mãos de um Deus irado”

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