quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Cristianismo antes do cristianismo.












Para quem já teve contato com as construções teológicas que fez Leonardo Boff, a partir do Cristo libertador, esta afirmação contida no tema, não soa de maneira antitética.


De acordo com o pensador católico, a estrutura crística pré-existia dentro da história da humanidade, e é anterior ao Jesus histórico de Nazaré. Disse ele:

“Todas as vezes que o homem se abre para Deus e para o outro, sempre que realiza verdadeiro amor e superação do egoísmo, quando o homem busca justiça, solidariedade, reconciliação e perdão, aí se dá verdadeiro cristianismo e emerge dentro da história humana a estrutura crística. Assim pois, o cristianismo pode existir antes do cristianismo; e mais, cristianismo pode se verificar também fora dos limites cristãos”.

Agostinho tinha uma cosmovisão semelhante quando afirmou:

“A substância daquilo que hoje chamamos de cristianismo, existia já nos antigos, e estava presente desde os primórdios da humanidade. Finalmente quando Cristo apareceu em carne, começou-se a chamar àquilo que sempre existia de religião cristã”.

Com essa concepção, podemos por inferência concluir que o cristianismo se realiza não somente onde ele é professado explicitamente e vivido ortodoxamente. Mas surge sempre e onde o homem diz sim ao bem, à verdade e ao amor.
Antes de Cristo o cristianismo era anônimo e latente. Não possuía ainda um nome, embora existisse e fosse vivido pelos homens. Com Jesus o cristianismo ganhou um nome. Jesus o viveu com tal profundidade e absolutidade que por antonomásia passou a chamar-se Cristo. Por que não se chamava de cristianismo, não significa que era inexistente. Existia, mas na forma abscôndita, anônima e latente. Com Jesus chegou a sua máxima patência, explicitação e revelação.
Daí podermos asseverar que o cristianismo é tão vasto como o mundo humano. Ele pode se realizar ontem, antes de Cristo, e pode se realizar ainda hoje fora dos limites “cristãos”, lá onde a palavra cristianismo não é empregada e conhecida. Mais ainda: cristianismo pode se encontrar lá, onde ele é, por uma consciência errônea, combatido e perseguido. Por isso cristianismo não é simplesmente uma cosmovisão mais perfeita. Nem uma religião mais sublime, muito menos uma ideologia.

Com toda razão dizia o primeiro filósofo cristão Justino: “Todos os que vivem conforme o Logos são cristãos. Assim entre os gregos Sócrates, Heráclito e outros; e entre os não gregos Abraão, Ananias, Azarias, Elias e muitos outros cuja citação dos nomes e obras nos levaria longe demais”

 Não é por acaso que Joseph Ratzinger em consonância com esse pensamento exprimia com felicidade: “Não é verdadeiro cristão o membro confessional do partido, mas aquele que se tornou realmente humano pela vivência cristã. Não aquele que observa de maneira servil um sistema de normas e leis, apenas com vistas para si mesmo, mas aquele que se tornou livre para a simples bondade humana”.

Seguindo ainda nesta mesma linha de pensamento, ser cristão, segundo Boff, é viver a vida humana naquela profundidade e radicalidade onde ela se abre e comunga o mistério de Deus.  Cristianismo é a vivência concreta e conseqüente na estrutura crística, daquilo que Jesus de Nazaré viveu com total abertura ao outro e ao grande outro, amor indiscriminado, fidelidade inabalável à voz da consciência e superação daquilo que amarra o homem ao seu próprio egoísmo. De modo que não é o que é cristão que é bom, verdadeiro e justo. Mas o bom, verdadeiro e justo é que é cristão...

Com a visão cristológica "diferente" que possuímos, confessamos um cristianismo moderno centrado apenas na ortodoxia, em detrimento, com raras exceções da ortopraxia. Vivemos um apego demasiado ao ritualismo e ao espiritualismo, e marginalizamos àquilo que é essência do evangelho: A empatia, o altruísmo, o compartilhamento, a sensibilidade às necessidades do outro. Ou seja, as coisas que fundamentalmente condizem com a proposta inicial do Jesus histórico. Como se o mundo em que vivemos hoje, a opressão, a pobreza e a desvalides já tivessem sido erradicadas à tempos. E com o agravante de desqualificarmos as intenções e ações de pessoas com propostas inclusivas e de libertação, simplesmente por não estarem ligadas ao nosso arcabouço de fé.

Não tenho a pretensão de fazer apologia à cristologia de Boff. Visto ter ela aceitação minoritária entre os cristãos. Não entro nesse mérito! Mas sim para levar-nos a refletir sobre duas verdades:

Primeira é em relação a nossa indiferença pela práxis cristã. As vezes ela é tão crônica, que quando um grupo ou uma pessoa que não tem a comunhão de idéias do cristianismo, apresenta propostas de auxílio ao outro, suas intenções e motivações são postas em cheque.

Segunda é que Jesus veio derrubar as barreiras sectárias que dividem os homens e que fazem ver irmãos somente naqueles que aderem ao seu credo. Quando na verdade todos aqueles que aderem à causa de Jesus estão irmanados com Ele e Ele está agindo neles para que haja um mundo melhor. 

Partindo desse pressuposto que Paulo Freire  dizia que Marx era um cristão inconsciente.

Abraços.



Bibliografia:
Jesus Cristo Libertador, Boff, Leonardo
  

   

20 comentários:

  1. doni,

    que excelente texto você nos apresenta!! como seria bom ver temáticas e reflexões como esta nos blogues ditos "cristãos" tão cheios de fofocas gospel e mediocridades doutrinárias sem nenhuma crítica.

    a cristologia do boff é em minha opinião, superior às cristologias fundamentalistas, tão engesadas num ufanismo absolutista e excludente.

    gosto da ideia de que há cristianismo antes do cristianismo do mesmo modo que havia cristo antes do cristianismo. é um pensamento que promove o diálgo inter-religioso num nível mais profundo, mais respeitoso, porém, ainda com resquícios daquele centrismo conservador.

    por exemplo, ver cristianismo no budismo não seria diminuir o budismo? por que não considerar o budismo tão válido em si mesmo como o cristianismo ou qualquer outra religião?

    sabemos como o sistema religioso pode aprisionar as pessoas que dele vivem. sou um admirador das tradições religiosas do mundo mas não sou tão admirador assim da religiosidade doentia que essas tradições podem gerir. isso estamos cansados de ver em nossa casa(cristianismo).

    então, para mim, num futuro possível onde as religiões sejam instâncias que engrandeçam o ser humano e não o escravizem, não cabe nem o sectarismo que diz "só aqui tem salvação" nem a religiosidade castrante do ser e da liberdade do ser.

    e as duas verdades que fecham teu texto, já bastariam para dizer tudo o que deveria ser dito.

    é muito bom ler teus textos.

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  2. Oi, Donizete! Q ideia fabulosamente perigosa para um cristão. Se jesus estava latente em toda vontade de religar e mesmo na mais ignorante vontade de fazer o bem, estão todos no caminho! Muitos aceitaram Jesus, sem nunca ouvir o seu nome ou sem nunca acreditar que ele esteve por aqui, sem nunca acreditar que Deus existe. Mas isso acaba com o status do Cristianismo q eu conheço que precisa divulgar a vinda, a morte e a ressurreição e precisa fazer o homem acreditar nessa história, caso contrário, por melhor que ele seja, por mais espiritual que pareça ele não é filho de Deus, é apenas uma criatura. Ele não experimentou o que é ser cristão. Qual é o cristianismo do Cristo então, pois o que veio depois simplesmente destruiu o primeiro.
    Gostei demais!!! Um abraço e fica com Deus.

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  3. Edu,

    Você disse:

    “gosto da ideia de que há cristianismo antes do cristianismo do mesmo modo que havia cristo antes do cristianismo.”

    A abertura do diálogo deve iniciar exatamente neste ponto. Em seus argumentos, Boff trabalha no sentido de ampliar o conceito de cristianismo vigente. Vejo de forma explícita sua crítica a religião institucionalizada. Apesar do seu viés católico, ele mostra que a institucionalização da religião é indiretamente responsável pela indiferença à desigualdade existente entre os homens. E como conhecedores da história que somos, tudo se dá com pressupostos teológicos. Traduzindo em miúdos, de forme simplista, o cristão não concebe a idéia de que àquilo que Boff chamou de estrutura crística, esteja presente onde não há cristianismo. Contudo de forma latente lá está ele.

    A concepção judaica cristã afirma suas convicções em torno da Teofania. A cristã especificamente é estruturada na convicção de que tudo que foi revelada nas escrituras vetero-testamentária, apontava para Cristo. Até mesmo em relação à salvação eterna da humanidade que precedeu o evento Cristo, se deu na expiação. Ou seja, Tudo converge em cristo.

    Sua pergunta,

    “por exemplo, ver cristianismo no budismo não seria diminuir o budismo? por que não considerar o budismo tão válido em si mesmo como o cristianismo ou qualquer outra religião?”

    Edu,

    Quem comunga contigo essa idéia é Rousseau (século XVIII). Ele coloca a revelação cristã no mesmo nível das revelações das outras religiões. Para o teólogo/filósofo, a revelação nos moldes cristão não serve como uniformizador do culto a Deus, uma vez que não há consenso entre os homens sobre "a maneira como Deus queria ser servido" Porém baseia seu conceito na teologia natural, que causa calafrios até mesmo nos liberais.
    Já Boff concebe a idéia de que o fator “consciência crística” quem realiza tudo isso.

    Até mais.

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  4. Mariani,

    Põe perigosa nisso.

    Esta e outras construções teológicas “renderam” a Boff, ter que, dez anos depois, se assentar na mesma cadeira que se assentou Galileu, ser inquirido por 20 horas seguidas pelo seu “ex colega” Ratzinger, e ser excomungado. Ele fez um paralelo interessante. Boff disse que no passado naquela mesma cadeira a inquisição torturava fisicamente. Nos seus dias tortura-se a psique.

    Mariani,

    De fato Boff disse que as religiões são caminhos ordinários pelas quais o homem se dirige a Deus e também O experimenta e recebe dEle revelações. Porém é com ressalvas que ele faz essa confissão. As religiões são respostas do homem a proposta de Deus. E estas podem conter erros e interpretações inadequadas à proposta de Deus. Contudo Boff deixou claro que na “religião cristã” que o homem encontra a totalidade dos meios de salvação.

    Na verdade a teologia de Boff, pelo menos a
    quarenta anos atrás via a salvação sob outra perspectiva. Os seja, mais prática, objetiva. Por isso sua ênfase no Jesus histórico.
    Como eu disse no texto Mariani, a cristologia proposta por Boff tem aceitação ínfima. Na verdade ela possui mais simpatizantes do que militantes. E recebe a desaprovação geral da ortodoxia tanto católica como protestante.

    Abraços e fica com Deus

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. Donizete, meu coração bate mais acelerado!!!

    "Criou Deus, pois, o homem à Sua imagem, à imagem de Deus o criou."
    Não só partindo do princípio que Deus não tem forma, mas acreditando que imagem e semelhança são valores que vão muito além de formas físicas, sabendo que "No princípio era o Verbo, e o verbo é a palavra e a palavra é Jesus; temos a consciência que o Cristo era, desde a eternidade. Sendo assim, desde os tempos mais remotos, mesmo nos mais céticos dos homens, existe fragmentos do Pão que foi partido por nós, e esta grandeza, é impossível passar oculta...

    Para mim, há uma diferença fundamental entre ter parte dos valores de Cristo e ser pão partido com Ele, ser um com Ele.

    Como diz a Mariani, que ideia perigosa para um cristão... rsrs

    Um texto de uma riqueza espantosaaaaaaaa kkkkkkkk abraço.

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  7. doni, como não sou liberal, a teologia natural não me causa nenhum espanto...rssssss

    rousseau era um cara legal...rsss

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  8. Guiomar, Você citou:

    "No princípio era o Verbo. E o Verbo estava com Deus"...

    Eu enfatizo o "estava com"...

    Esta é uma das provas da pessoalidade de Deus. O fascinante deste texto é a de que o próprio Deus rejeitou a condição de estar sozinho. Por isso desde o princípio o verbo estava com! Esta é a razão do próprio Deus identificar que a solidão para o condição humana também não era boa.

    Creio Guiomar, que o homem pode sofrer de solidão mesmo com a explosão demográfica, que faz com que as pessoas pisem uns nos pés dos outros, por ignorarem que existe um Deus que está disposto a compartilhar sua companhia, a despeito de quaquer situação ou convicção.

    Um abraço!

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  9. Um texto excelente para quem tem o interesse de crescer em relação ao conhecimento do Cristo expresso pelo tempo. Vejo sim um cristianismo além do tempo por causa de sua praxis em Jesus. Antes dele nos mostrar a prática nunca iríamos conseguir enxergar a grandiosidade do cristianismo antes mesmo do cristianismo.

    Com isso, esses pensadores estão um ou melhor alguns passos em nossa frente em questão de revelação da história. O que não queremos enchergar na maioria das vezez é a ortopraxia, preferimos ser ortodoxos e deixar a excelencia de agir, amar, ser-mos gastos e gastar-nos pelo proximo.

    Donizette, maravilhosa visão, continue assim manifestando os pensamentos.

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  10. Oi Weslley,

    Isto acontece em função da nossa postura egocentrista de priorizarmos a solução das nossas próprias carências. desta cosmovisão própria do ocidentalismo de nos isolarmos e mantermos distância do outro, por acreditar que o outro pode nos impedir de alcançar nossa "verdadeira espiritualidade".

    Quando deveríamos saber que, quem se isola do outro, abre mão do principal meio de se chegar a Deus. Não existe adoração ou culto sem o envolvimento com o próximo, desconectado do serviço e da inclusão.
    Não tem como dissociar o evangelho da práxis, ela está intrínseca na mensagem.

    Neste aspecto, os pietistas, quando tinham àquela visão holística do homem a ser alcançado pelo evangelho, estavam não somente alguns passos (como você citou) adiante do evangelicalismo atual, mas quilômetros.

    De repente surge no horizonte teológico propostas de um maior envolvimento da igreja em relação aos excluídos. Entretanto a ortodoxia por discordância de pontos teológicos, rechaça a nova ideia.

    Não haveria nenhum problema se ela apresentasse novos programas, novas propostas que não "ferissem" seus princípios. porem sabemos que via de regra, não é isso que acontece na prática.

    Um abraço. Volte sempre.

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  11. doni,

    o que você acha da interpretação de que o "verbo" na verdade estava se referindo "a palavra dita por deus"; esta palavra estava com ele no princípio, pois genêsis diz "e disse deus..." mas a palavra na verdade, é um reflexo do que você é, ou ainda, você é a sua palavra, daí, "e o verbo era deus...".

    evidente que joão transporta essa palavra para a pessoa de jesus, mas o autor de provérbios também chegou a fazer isso ao pessoalizar a sabedoria, como estando com deus.

    o que achas, nobre teólogo?

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  12. Gostei, o nome das pessoas são difíceis de ler mais eu entendi.
    ass:Bruno

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  13. Edu,
    O termo logos geralmente não é aplicado com o simples significado de palavra, mais de maneira bem mais ampla.

    Seu significado mais básico é verbo. Porém nos séculos anteriores ao surgimento da filosofia grega, já se indagava a noção de que logos significava também relato, linguagem e história.
    Já os pré-socrático colocavam o logos também com o significado de razão, princípio e explicação.

    Heráclito, um dos pré-socráticos disse que: “Tudo acontece de acordo com o Logos”. De maneira sintética, Heráclito queria dizer que o logos era "o princípio organizacional, segundo o qual o cosmo se ordena a si próprio". O archê, para Heráclito era o fogo mas teria que haver um processo de organização orquestrado por alguém, no caso “deus”. Para Heráclito Deus é uma força impessoal, uma força universal a que ele chamava de Logos.
    De acordo com esta posição, pode-se ver que 'logos' é uma forma explicativa da causa do que acontece.

    Pode estar aí raiz filosófica do conceito “logos” do qual João se apropriou para definir a pessoa pré-existente e eterna da divindade que se encarnou.
    Platão também usou o termo logos de vários modos. Um deles se trata da oposição entre logos e mitos, onde no caso tem o significado de um relato verdadeiro e analítico. Estaria o amado apóstolo pensando nisso quando escreveu sobre o logos?

    Mas a interpretação mais comum é de que o Logos apresentado no evangelho se refere a Cristo como a Palavra de deus personificada. Assim como as palavras de um homem revelam o seu coração e mente, assim também Cristo como o Verbo revela o coração e a mente de Deus.

    A diferença entre o relato do Gênesis, é de que o Verbo estava em operação como pessoa divisível. Ou seja, “Com Deus”. Creio que o problema maior não é a identificação de “quem é o verbo”, já que no verso 14 é clara a referência a Jesus. Reforçado com a idéia de Apocalípse 19:13, onde Jesus é explicitamente chamado de a Palavra de Deus pelo mesmo escritor. Mas sim na afirmação de que o Verbo estava COM Deus, e o Verbo ERA Deus.

    Até mais.

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  14. Edu,

    Foram propostas ao longo da história da igreja diferentes teorias para identificar a sabedoria mencionada em Provérbios.
    Alguns teólogos do 2º século d.C. a viam como sendo o Espírito Santo.
    Já no 3.º século, essa interpretação deu lugar a uma generalizada identificação dela com Cristo, a segunda pessoa da divindade.

    Comentaristas mais recentes continuam discutindo se ela foi realmente uma companheira (ser distinto) do Senhor em Sua obra criadora ou meramente uma característica (atributo) dEle.

    De fato numa análise mais aprofundada pode-se ver traços característicos de Cristo nesta personificação. Barth cria assim. Mas a afirmação esbarra no fato da própria sabedoria dizer que foi criada. Teve um início. Então nesse sentido ela não pode ser a pessoa eterna de Cristo e nem tampouco um dos atributos eternos do Deus.

    Abraços.

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  15. doni, não consta para mim lá no caminhos nenhum comentário que você teria feito. não estou entendendo, pois o kilim também disse que um comentário dele não apareceu!!! ainda estou fuçando as entranhas do wordpress para me interar de tudo mas não vi esses comentários, não. desculpe!!

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  16. quanto ao logos...

    sem dúvida, o cristianismo se apropriou da concepção grega de logos para ver nesse logos grego, a pessoa de jesus. ou seja, reinterpretaram um conceito da filosofia grega querendo fazer do cristianismo "a verdadeira filosofia", o que foi um erro, no meu entender.

    sabe, doni, eu acho que a teologia cristã fez muito esforço para fazer de jesus um ser pré-existente, e não somente isso, da mesma essência do pai, logo, também Deus.(ideia totalmente estranha para o judaísmo). parece que os primeiros teólogos não só usaram a filosofia grega mas também os mitos de deuses encarnados para construir o edifício cristão.

    não sei se essa teologia foi uma boa para o cristianismo.

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  17. Edu!
    Sem o contexto em que Jesus fora difundido nesta terra, não podemos desconecta-lo do momento da cultura grega enraizada no momento de Cristo. Sem Cristo não existe cristianismo e só conseguimos ver o cristianismo antes de Cristo por causa da práxis existente nele.

    O que vejo com o maior problema do cristianismo é que os denominados cristão não conseguem ver a beleza do Cristo em sua práxis.

    Temos muitos ortodoxos que não conseguem ver a sintese da ortopráxis e ortodoxia em uma vida melhor para com o próximo. E para os gnosticos da época de João, somente essa forma de mostrar o Cristo histórico para um povo que não queriam que Jesus - que é a base de toda a nossa crença - fosse verdadeiramente essa excelencia de ser.

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  18. Edu, meu grande herege. "No princípio era o verbo e o verbo estava com Deus e o verbo era DEUS.

    Aqui temos o testemunho de João sobre quem ele conhecia: "O que era desde o princípio, o que temos ouvido, o que temos visto com os nossos próprios olhos, o que contemplamos, e as nossas mãos apalparam, com respeito ao verbo da vida.
    E a vida se manifestou, e nós a temos visto, e dela damos testemunhos, e vo-la anunciamos, a vida eterna, a qual estava com o Pai e nos foi manifestada. (1 João 1-2).

    Podemos optar para acreditar em outras fontes que negam a verdade que Jesus é Deus. Podemos negar que Paulo no caminho de Damasco teve um encontro com o próprio Jesus.

    Portanto, Eduzinho, já fomos advertidos: A letra mata é o Espírito Santo que dá vida. O que é espiritual, só podemos captar com nosso espírito e tocar com a alma.

    Estás perdendo tempo em especulações. Tempo precioso, para gozar mais da intimidade com Jesus O Nazareno.
    Beijão.

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  19. Donizete que bloguito é esse amigo?
    Edu com participações e mais participações, rs,rs e riqueza vasta de comentários Weslley Pardinho, pô fiquei sem chance de comentar, só tem fera melhor ficar de boca calada, rs,rs,rs e ler , ler e aprender mais e mais .

    Obrigada pela visita, ficarei por aqui seguindo e bisbilhotando como se dentro de uma casa de cultura, abraços.

    Que Deus nos guarde e derrame da sua graça sobre nós.

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  20. Doni

    Que maravilhoso texto!!! Você anda inspirado homem de Deus!

    Vem cá então eu posso afirmar que quando Jesus se humanizou ele não só eternizou a humanidade hoje e sempre mas também no ontem? Ou seja, Ele é o Alfa e Ômega? Ou eu estou viajando na maionese mistica desta mente católica kkkkk

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